Semana Acadêmica do IESAPM tem aula sobre LGPD na Gestão Hospitalar

Na última quarta-feira, 10 de setembro, o Instituto de Ensino Superior da Associação Paulista de Medicina (IESAPM) deu continuidade à Semana Acadêmica e recebeu o advogado e professor Márcio Fonseca para falar sobre “LGPD e Sigilo da Informação na Gestão Hospitalar: desafios e responsabilidades do gestor na proteção de dados”.

O palestrante e os alunos foram recebidos pela gerente geral do IESAPM, Loraíne Vivas: “Hoje damos sequência à nossa jornada, tratando de um tema essencial para a realidade atual. Vivemos em um mundo em que a informação é um dos bens mais preciosos, mas também um dos mais vulneráveis, por isso, garantir a proteção de dados sensíveis não é apenas uma exigência legal, é um compromisso ético com a dignidade e a segurança das pessoas”.

Importância dos dados

De acordo com Fonseca, os dados podem se dividir entre sensíveis, profissionais e corporativos, entre outros, e são tudo aquilo que se configura como informação relevante. “Todas essas informações, estratégias e planos têm que ser mantidos em sigilo e nem todas as pessoas estão preparadas para isso. Então essa é uma das situações em que as grandes corporações têm que ter a sensibilidade para saber quem irá colocar nesses cargos.”

Ele também frisou que quando dados sensíveis são expostos, principalmente na área da Saúde, esta situação causa danos irreparáveis, tanto para a pessoa quanto para as próprias instituições, além do prejuízo financeiro. “O gestor tem que tentar conter uma situação fora do comum para que possa resolver da melhor maneira possível. Essa responsabilidade ética é do gestor, porque é ele quem vai fazer a delimitação e quem detém o conhecimento teórico e prático.”

Para o palestrante, uma forma de gestores evitarem a exposição de dados é gerindo a equipe e estabelecendo protocolos que conversem entre si e estejam de acordo com as melhores práticas. Além disso, ele também salientou que infraestrutura tecnológica segura e monitoramento constante de riscos são fundamentais.

Consequências e desafios

O vazamento de dados pode trazer consequências legais e reputacionais, como multas e penalidades, perda da confiança na comunidade e impacto na imagem institucional. Em relação aos desafios, eles estão relacionados aos erros humanos, falhas no dia a dia, uso inadequado de aplicativos e compartilhamento interno sem controle.

“Proteger dados não é só matéria, é a proteção da reputação de instituições e da vida, não somente a do paciente, mas a sua também, porque muitas vezes um erro que você faz com dolo, ou seja, com vontade de prejudicar, pode ser tornar uma situação irreversível e irreparável para você também, principalmente quando mexemos com a vida, com Saúde”, disse.

Ao final da apresentação, o professor propôs uma dinâmica sobre o caso de um funcionário que compartilhou um prontuário em um grupo de WhatsApp. Márcio Fonseca procurou saber como os alunos lidariam com essa situação, se era melhor prevenir ou punir o funcionário e quais deveriam ser as medidas legais a serem tomadas.

“Não basta só um treinamento constante, porque nem sempre estamos bem – além de tudo, o gestor também precisa ter esse senso de acolhimento. Por isso, é preciso ter protocolos bem definidos sobre aquilo que eu quero para que a empresa flua e a equipe vá bem, com tecnologias seguras, cultura organizacional e ética”, concluiu.

Texto: Julia Rohrer

Fotos: Reprodução IESAPM

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