IESAPM realiza Masterclass Progesp com foco em emergências médicas

O Instituto de Ensino Superior da Associação Paulista de Medicina promoveu, na última quarta-feira, 30 de julho, a Masterclass Progesp – Emergências Médicas e Suporte Avançado para o Generalista. Durante a aula, os participantes puderam simular casos de emergência e aprenderam a identificar um paciente traumatizado.

“Estamos começando um programa importante de treinamento eminentemente prático e que vai complementar a formação dos nossos médicos. Este curso, que foi batizado de Progesp, é o Programa de Educação para o Médico Generalista do Estado de São Paulo, que visa treinar o médico generalista nos procedimentos fundamentais e ambulatoriais, mas principalmente na emergência, no sentido de que possa estar habilitado a atender os pacientes com qualidade e ter o melhor desfecho possível”, disse o presidente da APM, Antonio José Gonçalves.

O diretor Geral do IESAPM e diretor de Eventos da Associação, Fernando Tallo, pontuou que o objetivo de desenvolver o Progesp foi propor um curso prático, contando com a capacitação dos médicos que atuam nas sociedades de especialidades para ministrar as aulas. “Então, além de realizarem o curso, vocês também serão pós-graduados naquilo que estamos propondo aqui. As pessoas que irão lecionar foram escolhidas com muito cuidado e uma das coisas mais importantes é que não tem nada no Progesp que não seja absolutamente prático.”

Em seguida, Tallo chamou estudantes do segundo e do sexto ano de Medicina para a simulação de dois casos, um em que o paciente relatava queixas de dores no peito e desconforto torácico, e o outro, em que o paciente apresentava arritmias cardíacas. “Nós não podemos não examinar o paciente, isso é um dever do médico. Além disso, também devemos saber diferenciar o que é uma urgência e o que é uma emergência”, pontuou.

Trauma

O presidente da Sociedade Brasileira de Atendimento ao Traumatizado (Sbait), José Gustavo Parreira, demonstrou como é possível identificar um paciente que esteja com trauma e relembrou que a entidade em que atua está há 42 anos fazendo o possível para melhorar o atendimento e a experiência ao traumatizado no Brasil.

“O trauma é a primeira causa de morte nas primeiras quatro décadas de vida. No Brasil, 400 pessoas morrem por dia por trauma. São 150 mil mortes por ano e, fora isso, para cada morte, temos quatro pessoas que ficam incapacitadas. Imagine a quantidade de leitos utilizados e de recursos direcionados para algo que é potencialmente evitável”, relembrou.

O médico reforçou a importância de que médicos de todas as especialidades tenham o mínimo de conhecimento de trauma. “Cada vez mais nós vemos a necessidade do médico que está no pronto-socorro estar treinado para atender o traumatizado – esse paciente é o dia a dia de quem dá plantão. Nós temos várias situações que necessitam de um cuidado específico e que todo médico precisa saber.”

Segundo Parreira, em trauma, o tempo é tudo e quanto antes diagnosticar um paciente, maior serão as chances de salvar a vida dele. Por isso, quando um traumatizado chega ao hospital, é importante estar com tudo muito bem-preparado, como a separação dos materiais que serão utilizados e os equipamentos de proteção para doenças infecciosas.

“Um estudo da Santa Casa demonstrou que 15% dos pacientes que chegavam na sala de emergência tinham HIV ou hepatite B ou C. Ou seja, não tem como não entrar em contato e o médico deve estar superpreparado para isso, utilizando luva, máscaras e óculos”, explicou.

Neste sentido, o especialista trouxe um caso real de um motorista de 28 anos que sofreu um acidente de trânsito. Para ele, alguns questionamentos são fundamentais para garantir o sucesso no tratamento do paciente, como questionar se há sangramento externo, obstrução de vias aéreas e identificar se há insuficiência respiratória, choque ou exposição, além de solicitar exames complementares que podem salvar vidas.

“A causa mais evitável de morte em trauma são lesões despercebidas, que não dão sintomas. Mas não é porque não tem dor que não vamos fazer o exame físico e o neurológico no final. A vítima do trauma faz parte do atendimento de qualquer médico, então tem que estar atento a tudo isso, não tem como escapar”, concluiu.

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Fotos: Reprodução Masterclass

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